É preciso fugir
quando vir a sentir
a fome chegar
a terra escaldar
e a esperança partir
É preciso sonhar
numa terra de amor
onde não vigore a dor
nem tão pouco a miséria
que destrui a matéria
sem piedade e fulgor
a falta de chuva merecida é
mas, cadê o Mané? o João, o José?
que plantando feijão
não consegue dá pão
ao seu filho Zezé
Terras que me viram chegar
são as mesmas que me verão partir
pois estou sem volta e sem saída.
Aderlan Gonçalves Almeida